ERGONOMIA EM CADA RECANTO
Por certo que já ouviu ou leu a palavra “Ergonomia” em revistas de decoração, de veículos motorizados ou até mesmo em alguns anúncios de equipamentos de trabalho, ferramentas, material escolar ou de escritório. O termo “Ergonomia” há muitos anos que acompanha a nossa vida diária.
Mas o que é a “Ergonomia”?
Quem considera que a Ergonomia é algo relacionado unicamente com cadeiras, secretárias e posturas de trabalho, que não se aplica às atividades do dia a dia, ou até mesmo a espaços sociais e familiares, está equivocado.
O propósito da Ergonomia é a adaptação ou a criação dos contextos (ambientes, objetos, equipamentos), considerando as capacidades e limitações, necessidades e gostos dos utilizadores, perspetivando o conforto, a segurança, a saúde e a eficácia desse contexto.
As consequências imediatas em contexto laboral são a qualidade de vida dos colaboradores e a melhoria da qualidade dos produtos e dos serviços prestados, o aumento da rentabilidade individual e coletiva e a produtividade da organização, que advêm da satisfação e do bem-estar dos colaboradores nos locais e postos de trabalho. Do ponto de vista social e privado o conforto e a funcionalidade dos espaços e dos elementos que o compõem alicia, cativa e “prende” quem os procura, utiliza e vivencia.
Estamos a falar do estudo da engenharia humana voltada para o planeamento, aplicando conhecimentos científicos relativos ao Homem para conceber objetos, sistemas e envolvimentos adequados. Sistemas de trabalho, de desporto, de lazer, ou outros, devem incluir os princípios ergonómicos na sua conceção, em prol da eficácia dos mesmos.
São exemplos das áreas de intervenção da Ergonomia:
- Design de equipamentos e sistemas computorizados (hardware e software), facilitando o interface com o operador e diminuindo a probabilidade de ocorrência de erros durante a atividade de trabalho – exemplo de atividades onde a atenção, a concentração e a capacidade de descriminação de detalhes é elevada.
- Organização e planeamento de tarefas que impliquem mudanças dos ritmos biológicos, tais como trabalhos noturnos, trabalhos por turnos, trabalho suplementar. Particular enfoque para quem desenvolve a sua atividade em setores onde as exigência de produção, de cumprimento de prazos e de processos assim o determinam;
- Organização do trabalho de modo a melhorar a postura e aliviar a carga física de trabalho, reduzindo assim a probabilidade de Lesões Músculo-Esqueléticas Ligadas ao Trabalho (LMELT). São exemplos os trabalhos em períodos contínuos e prolongados com ecrãs de visualização, linhas de montagem com trabalhos monótonos e repetitivos, movimentação manual de cargas, entre outros.
- Conceção de conteúdos formativos apelativos, direcionados ao público-alvo, atendendo a critérios ergonómicos de assertividade, legibilidade, compreensão, dinamismo e que estimulem a retenção da informação eliminando o ruído visual.
- Conceção de ambientes de modo a satisfazer as necessidades dos colaboradores e dos utilizadores em simultâneo, incorporando requisitos de bem estar tais como: iluminação, conforto térmico, qualidade do ar.
- Organização e gestão dos espaços e ambientes garantindo funcionalidade, sinergias, acessibilidade, eliminação de desperdícios materiais e temporais e potencializando a comunicação, a autonomia, o trabalho coletivo e a responsabilidade.
- A vida privada através de escolhas adequadas de mobiliário e acessórios, de cores e texturas, de dimensionamento dos espaços e distribuição dos elementos, das dimensões de alcance e de circulação.
- É neste leque de áreas de intervenção que a Ergonomia atua, colocando as pessoas no centro das atenções, pois a Ergonomia trabalha com as pessoas, para as pessoas e sabe que são elas que tomam decisões, gerem dificuldades, adquirem habilidades específicas, competências e interesses.

